Estudantes contra Zago e o Pacote do Fim da USP. Todos ao ato dia 07/03!
24 de fevereiro de 2017, 15:28
No dia 07/03 o Conselho Universitário, orgão máximo de deliberação da USP, terá como pauta imposta por Zago um ataque nunca visto na história das universidades estaduais. O reitor, assessorado pela empresa privada de consultoria Mckinsey, quer terminar a sua gestão tendo tornado concreto o que até então parecia apenas um pesadelo mais ou menos distante: a precarização profunda da Universidade de São Paulo através do assalto a seu caráter público. Zago e a Mckinsey querem congelar os gastos da USP, ou seja, juntos querem livrar São Paulo dos custos com a Universidade de São Paulo, tornando-a mais uma instituição de ensino à serviço dos lucros privados.
A proposta, nomeada “Parâmetros de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo”, diz que se o gasto com a folha de pagamento estiver acima de 80% do Repasse do Tesouro do Estado, então estão proibidos os reajustes de salários, além disso, também está proibida a contratação de novos funcionários, independente de quaisquer outros critérios ou necessidades da universidade e em confronto direto com os direitos conquistados dos trabalhadores. Já se o gasto for maior do que 85%, aí a USP pode ir ainda mais longe: deve “eliminar o excedente”, ou seja, exoneração (demissão e eliminação do cargo) de funcionários concursados! Além disso, o pacote de Zago prevê que 40% do quadro de servidores devem ser de docentes, no entanto, para que essa proporção fosse ajustada hoje seria preciso demitir mais 5.000 funcionários, que hoje fazem funcionar diversos laboratórios, museus, etc.
Não se trata somente de um ataque brutal aos funcionários, mas também a todo um projeto de universidade pública e gratuita. Esse pacote proposto para o próximo CO é o ponto final de uma gestão marcada pela anti-democracia e pela destruição da Universidade de São Paulo: ataque e perda dos espaços estudantis e do sindicato, demissão de funcionários e perda de salário, fim da eleição democrática para representação discente, cortes em permanência e pesquisa, fechamento da creche, acobertamento de violência machista no campus e, agora, um pacote de premissas para conter gastos às custas da precarização do ensino, da pesquisa e da extensão. Tudo isso, sem que se possa mudar ou revogar até 2022, a não ser que se tenha ⅔ dos membros do Conselho Universitário.
O reitor do não-diálogo quer aprovar o seu pacote de atrocidades sem nenhuma consulta aos estudantes, funcionários e professores, enquanto ele e a burocracia universitária mantém os seus privilégios e enquanto gasta 632 mil reais para cercar o espaço da ECA (Faculdade de Comunicação e Artes). Por um lado, tenta se apoiar em um Conselho Universitário em que ⅓ da sua composição é de dirigentes de fundações privadas e que desrespeita a Lei de Diretrizes e Bases que exige 15% de representação discente, por outro, quando perde, como na votação a respeito do fechamento da Creche Oeste, dá um golpe como quem se acha rei. Inaceitável. Mas nós, do outro lado da grade, não aceitamos o pacote de atrocidades de Zago e Mckinsey e, junto aos alunos que estão ingressando agora na universidade, nos posicionaremos em defesa dos nossos direitos, pela democratização da USP e por uma saída à crise que respeite os nosso direitos e a função da educação pública, pelo diálogo construtivo da reitoria com a comunidade universitária e a sociedade e pela busca de um financiamento público viável!
Nós estudantes junto aos funcionários buscaremos tudo ao nosso alcance para barrar esse retrocesso: No dia 07 de Março, convocamos todos os estudantes, veteranos e calouros, para um grande ato em frente à reitoria! Não deixaremos que o pacote da reitoria seja aprovado sem resistência!
Assinam:
DCE LIVRE DA USP “ALEXANDRE VANNUCCHI LEME”
CAMAT (Centro Acadêmico do IME)
GFAU (Grêmio da FAU)
GUIMA (Centro Acadêmico de Relações Internacionais)
CALC (Centro Acadêmico da ECA)
CEGE (Centro Acadêmico da Geografia)
CAFB (Centro Acadêmico da Farmácia)
XXXI (Centro Acadêmico da Enfermagem)
CAASO (Centro Acadêmico do campus de São Carlos)