Seguir na luta para garantir nossas conquistas!
01 de novembro de 2013, 01:18
Ao se completar um mês desde o início da greve geral, o movimento estudantil viveu nessa quarta-feira (31) um momento de grande importância. Foi realizada a quarta reunião de negociação entre representantes dos estudantes e da reitoria, ocasião em que a administração da universidade apresentou um termo com as propostas que irá atender.
As propostas apresentadas pela reitoria são sinal incontestável da força da mobilização que construímos nessas últimas semanas. São elas:
• Convocação de uma estatuinte livre, autônoma e democrática, pautada por um congresso organizado autonomamente pelas três categorias. A implementação de eleições diretas para reitor e diretores de unidade será obrigatoriamente debatida nesse processo.
• Mais 500 vagas de moradia no CRUSP em 2014 com a devolução dos blocos K e L para moradia estudantil.
• Reajuste anual das bolsas estudantis de acordo com o índice de reajuste salarial de professores e funcionários acordado com o CRUESP.
• Devolução do espaço de vivência do DCE-Livre e da APG.
• Para 2014, a universidade se comprometeu em garantir 3 refeições todos os dias nos bandejões e novos postos de recarga em todos os restaurantes, com garantia de contratação de funcionários efetivos para tanto.
• A USP convocará uma comissão com participação estudantil para garantir o retorno das três linhas de ônibus extintas e o aumento da frota de BUSPs.
• Abertura de um processo democrático de discussão do modelo de segurança da universidade a fim de contemplar todas as singularidades do tema, inclusive o tema da violência contra a mulher.
Leia o termo completo aqui.
Acreditamos que esses pontos são muito positivos. Após quase trinta anos, a USP realizará um processo estatuinte construído por professores, funcionários e estudantes. Não é pouca coisa a ampliação de quase quinhentas vagas de moradia estudantil com a devolução dos blocos K e L do Crusp, a garantia de reajuste anual das bolsas estudantis, a criação de comissões paritárias para deliberar sobre a criação de restaurantes universitários e linhas de ônibus circulares nos campi do interior, entre outras conquistas.
Esses importantes elementos já nos trazem a perspectiva de outro patamar de mobilização em 2014. Qualquer um dos reitoráveis que assumir a administração da USP no ano que vem encontrará uma situação bastante desfavorável a qualquer tipo de postura autoritária. O futuro reitor da Universidade de São Paulo não terá como não dialogar com o movimento estudantil.
O DCE considera que essas vitórias são nossas e devem ser garantidas. São fruto de uma mobilização que agregou milhares de estudantes, colocando o debate sobre a democratização da universidade na ordem do dia, dentro e fora da USP. Não se trata, portanto, de um agrado da reitoria aos estudantes, muito pelo contrário. Reconhecemos o avanço que representam essas propostas e julgamos fundamental concretizá-las.
Entretanto, antes de assinar um termo de acordo, consideramos fundamental avançar em algumas questões. O ponto do termo da reitoria que aborda a questão das punições é absolutamente insatisfatório. Temos a clareza de que nossa luta tem legitimidade reconhecida, inclusive, pela justiça. Nosso movimento político e os estudantes que dele participam não podem, portanto, sair dessa batalha sem a garantia da universidade de que não haverá qualquer tipo de punição ou perseguição àqueles que se mobilizaram. Acreditamos que essa é a grande tarefa dos estudantes no momento.
Ao mesmo tempo, a Assembleia Geral realizada nessa quarta-feira (31) reafirmou todos os nossos eixos de mobilização e indicou à reitoria a necessidade do atendimento global de nossas pautas.
É fundamental que esse momento decisivo reflita a opinião do conjunto dos estudantes, daqueles que se mobilizaram e construíram greve em seus cursos e também daqueles que, mesmo não paralisando suas atividades acadêmicas, apoiam a luta pela democratização da universidade. Por isso, fazemos um chamado a todos para que participem da próxima Assembleia Geral que realizaremos na quarta-feira (6). Temos totais condições de fazer com que nossa mobilização seja vitoriosa, condizente com sua força e amplitude. Queremos entrar para a história! É hora de garantirmos nossas conquistas!