“Revolta às aulas!” – Assembleia da manhã da Sanfran vota greve!

08 de agosto de 2013, 22:00

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Não foi uma manhã comum. A sala dos estudantes ficou lotada, e todos estavam ali para dizer chega à imposição de um currículo que vem de cima para baixo e desrespeita a autonomia dos estudantes e professores na organização de sua grade curricular.

Todos os semestres, os estudantes do direito da USP não conseguem se matricular nas matérias que têm interesse, por que existe um sistema ineficaz e uma grade curricular que obriga os estudantes a cumpri-la sem a qualidade necessária para uma formação mais completa e livre. Nesse semestre a situação se agravou e os estudantes se organizaram e iniciaram as aulas dizendo não às aulas! Entre as reivindicações estão: deferimento imediato das matrículas, 60 créditos para optativas livre (atualmente são apenas 12) e uma comissão paritária de verdade para elaborar um novo projeto de currículo!

Vale lembrar que a grade curricular atual do curso da São Francisco foi elaborada pelo atual reitor da Universidade, João Grandino Rodas, quando então diretor dessa faculdade. Essa luta não é apenas dos estudantes de direito da USP! É uma luta de toda a Universidade! Hoje, as 20h, haverá a assembleia para o curso noturno, na qual a pauta também é greve! Na segunda-feira haverá um ato!

Desde as férias de julho os estudantes da Faculdade de Direito convivem com um grande caos na unidade. Durante primeira interação de matrícula online, foi proibido que os estudantes se matriculassem em disciplinas no período inverso/contraturno ao seu. Isso prejudicou não só os que trabalham quanto também os que por algum motivo não podem se matricular no turno correto. Após a terceira interação de matrícula, foram proibidas as matrículas em qualquer disciplina fora da classe definida pela assistência acadêmica, mesmo que com autorização do professor para se inscrever em outras classes. Enquanto isso, centenas de ofícios com pedidos de matrículas aguardam a reunião da Comissão de Graduação da unidade para serem apreciados.

Hoje os estudantes estão sendo obrigados a cursar as disciplinas com horários e professores escolhidos pela faculdade, sob risco de não conseguirem os créditos semestrais mínimos e necessários para se formar no período de cinco anos. O resultado do problema das matrículas é praticamente todos os estudantes de quarto e quinto ano correndo o risco de não se formar no período ideal, fora muitos de outros anos que poderão atrasar suas graduações. Além das restrições impostas às disciplinas obrigatórias, a disponibilidade de disciplinas optativas é pequena e a quantidade de créditos livres autorizados no curso é escassa.

Há tempos que os professores e departamentos atrasam na entrega de notas e presenças no Sistema JúpiterWeb, prejudicando os que cursam créditos com requisitos ou que precisam realizar provas de recuperação. O problema se agravou quando, com a revolta geral da comunidade discente, os seguranças terceirizados da faculdade foram orientados pela Diretoria a arrancarem todos os cartazes com protestos presos e colados nas paredes, cerceando completamente a liberdade de expressão e reduzindo o poder de mobilização dos estudantes.

Não é admissível que esse tipo de censura aconteça na Faculdade de Direito. Os estudantes não devem pagar o preço do erro da Comissão de Graduação e da desordem no sistema de matrículas. O caos gerado pelas arbitrariedades nas matrículas em conjunto com a péssima grade horária do curso e com o descaso da direção da faculdade não pode ser tolerado. A Diretoria e a Comissão de Graduação tomam estas medidas autoritárias porque são blindadas por um sistema antidemocrático que está presente em toda a universidade. É por estes e outros motivos que o Diretório Central dos Estudantes luta por eleições diretas para reitor e diretores de unidades. Certamente muitos casos de arbitrariedades como este não existiriam. O DCE defende o direito dos estudantes de cursarem as matérias com os professores e nos horários e períodos que melhor se adequarem. Acreditamos que seja necessário um aumento do número de créditos livres na unidade por defender que a universidade preze por sua interdisciplinaridade e realize a formação do estudante voltada também para pesquisa, cultura e extensão.

Todo o apoio aos estudantes da Faculdade de Direito!

-Diretas para reitor e diretores já! Chega de arbitrariedades e restrições na USP!
-Deferimento imediato das matrículas!
-60 créditos para optativas livre!
-Por uma comissão paritária de verdade para elaborar um novo projeto de currículo!

 

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