Nota do DCE-Livre da USP sobre o ato dia 14/08

17 de agosto de 2013, 13:25

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Foi denunciado recentemente pela imprensa um escândalo de superfaturamento e propinas nas obras do metrô e da CPTM, já popularizado como o escândalo do propinoduto tucano. A população de São Paulo, que há anos sofre com a má qualidade do transporte público, se indignou com a revelação desse esquema de corrupção. Diante disso, diversos coletivos e entidades organizaram um ato nesta última quarta-feira. O ato reuniu mais de 5 mil pessoas, ganhando adesão e apoio da população. Tratou-se de um momento muito importante para mobilização no estado de São Paulo em defesa do transporte público e contra a corrupção. Após as vitoriosas jornadas de junho e a conquista da revogação do aumento das tarifas, a juventude e os trabalhadores voltaram às ruas. Está claro que a população identifica no governo do PSDB a responsabilidade pelo propinoduto e o caos nos transportes, e começa a dar as respostas políticas necessárias, com mobilização, à situação.

Para o DCE da USP, no momento atual, a tarefa do movimento é avançar e fazer massificar a luta em busca de obter vitórias. É possível e necessário repetir os feitos de que fomos capazes em junho, agora ainda com mais força e consciência. Consideramos que o dia 14/08 foi importante nesse sentido e, por isso, aponta boas perspectivas para o movimento.

Existe, entretanto, um debate importante de ser realizado entre o conjunto dos ativistas e do movimento que se envolveu no ato da última quarta-feira. A vitória de nossa manifestação esteve diretamente ligada ao processo unitário e democrático de sua construção, convergindo diferentes movimentos políticos e ativistas em torno de um objetivo comum. Ao final da manifestação, lamentavelmente, um setor optou por tentar ocupar a Câmara de Vereadores de São Paulo, ignorando as discussões coletivas que haviam sido feitas e os próprios rumos do ato, que seguia caminhando pelo centro. O DCE Livre da USP discorda do método realizado pela ANEL em tal ocasião. Nos espaços de organização do ato, em momento algum este setor manifestou sua intenção de realizar tal ação direta. O que se pôde observar, foi a opção por construir uma tática própria, para poder ser posteriormente divulgada enquanto uma iniciativa da ANEL, e sem construir conjuntamente com o movimento o calendário político do próximo período, não tendo havido um diálogo a respeito da construção de uma audiência pública no dia 22.

O DCE-Livre da USP considera fundamental a luta pelo passe-livre, pelo transporte público de qualidade e contra o governo tucano. Entretanto, reafirmamos que qualquer avanço nesse sentido só será possível da ampla unidade no interior do movimento que vem sendo construído e, sobretudo, com o respeito ao conjunto dos ativistas e movimentos que se envolvem nas mobilizações. A autoconstrução e ações isoladas, longe de possibilitar a massificação de nossa luta, criam as condições para que o próprio governo estadual recomponha suas forças. Estamos convictos de que não foi isso o que nos ensinaram as jornadas de junho.

Diante deste balanço, que apresentamos a todo movimento, queremos propor também a articulação de uma ampla reunião, na semana que vem, envolvendo o conjunto dos setores e ativistas que estão em mobilização. Dessa maneira, será possível propor novamente o método coletivo e democrático de construção dos próximos passos da nossa luta. E, assim avançar na defesa do transporte público, do passe livre e da tarifa zero, contra o propinoduto tucano. Convidamos todos coletivos, entidades e organizações para uma reunião onde possamos debater as perspectivas e os próximos passos para o movimento. As próximas iniciativas devem ser debatidas e encaminhadas em conjunto e somente através deste o método podemos obter vitórias e enfrentar o governo.

DCE-Livre da USP

 

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