Libertem nossos presos! Pela liberdade de manifestação política em SP!
14 de junho de 2013, 18:22
A Polícia Militar do estado de São Paulo, ontem, ultrapassou todos os limites do autoritarismo e violência. Em uma ação orquestrada pelo governador Geraldo Alckmin, e apoiada pelo governo federal, no nome do Ministro José Eduardo Cardozo, policiais protagonizaram, nas ruas do centro da cidade, cenas de horror e violência, com truculenta repressão a uma manifestação pacífica contra o aumento das tarifas de trem, metrô e ônibus.
Antes mesmo da manifestação se iniciar, cerca de 30 pessoas já haviam sido presas, de modo absolutamente arbitrário, muitas delas simplesmente por portar utensílios como vinagre e até mesmo “tintas guache”. Durante a repressão à manifestação, mais de 200 outras pessoas foram detidas.
Trata-se de um inadmissível ataque ao direito constitucional de livre manifestação e organização política. Como nos tempos da ditadura, Polícia Militar, governos estadual, federal e prefeitura, buscam criminalizar o movimento social e, dentro dele, principalmente os jovens e estudantes. Tudo isso em nome da manutenção dos interesses dos empresários dos transportes, que seguem lucrando cada vez mais.
Durante a madrugada, frente a pressão social e a atuação de uma comissão de negociação, a ampla maioria dos detidos foi liberada. Entretanto, até o atual momento, 4 pessoas seguem detidas, acusadas de crimes graves como dano qualificado e formação de quadrilha. Entre elas, o estudante de Ciências Sociais da USP, José Roberto Ferreira Militão Júnior, que se manifestava de maneira absolutamente pacífica, não havendo qualquer motivo para a criminalização de sua atividade e, muito menos, para seguir preso. Trata-se de uma escandalosa e inadmissível prisão política.
Para o DCE-Livre da USP Alexandre Vannucchi Leme, quando prendem 1, prendem todos. Exigimos a imediata libertação dos 4 detidos, em especial de Militão Júnior. Não admitimos qualquer criminalização do movimento social. Exigimos que a Política Militar e os governos sejam responsabilizados oficialmente pelos lamentáveis crimes e cenas de ontem, retratando-se perante a sociedade.. Nossos direitos, enquanto cidadão, conquistados historicamente com muita luta e consolidados na Constituição Democrática de 1988, não podem ser ignorados e atacados.
Por fim, exigimos a imediata revogação dos aumentos de tarifa e convocamos a todos que sigam nas ruas em nome de nossos direitos.
DCE-Livre da USP Alexandre Vannucchi Leme