NÃO VAMOS NOS ADAPTAR AO DESCASO COM O BANDEJÃO!

31 de agosto de 2012, 15:14

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Exigimos respeito! Há 7 anos o Restaurante Universitário da EACH apresenta graves problemas. Não dá mais para esperar!

Os Restaurantes Universitários (Rus) significaram uma enorme conquista e foram conseguidos com muita luta por parte dos estudantes. Os bandejões garantem uma refeição balanceada e de relativa qualidade, próximo ao nosso local de estudo e por um preço justo. Os restaurantes universitários são, portanto, uma das medidas mais importantes no que tange o apoio a permanência estudantil. Porém, há muito tempo a comunidade uspiana reclama da falta de restaurantes e, onde os têm, da escassez de alimentações servidas. Na EACH, por exemplo, são servidos apenas 900 almoços e 800 jantares para uma comunidade de aproximadamente 6500 estudantes e pra piorar, no período noturno a venda de tickets é encerrada antes do término das atividades, deixando alunos pra fora mesmo com o bandejão aberto.

A Terceirização agrava os problemas dos restaurantes universitários. Além da superexploração das funcionárias terceirizadas do restaurante universitário (que trabalham até 12h/ dia), a concessão dos bandejões faz com que o governo subsidie as refeições servidas por um preço absurdo de R$ 11,00 por refeição (valor reajustado recentemente).

Pra piorar, as empresas terceirizadas, como é o caso da que atua na EACH, desrespeitam o contrato e não dispõe de número suficiente de trabalhadores (as), sobrecarregando os funcionários e comprometendo a qualidade de nossa comida.

Durante o período de férias, uma nova empresa assumiu a gestão do Restaurante Universitário (a terceira em três anos). Com a mudança da empresa os problemas se agravaram, a qualidade da comida piorou, o suco virou água e o azeite virou óleo. Junto com essas mudanças vieram as propagandas do Itau e a gota d’água, a demissão dos funcionários que moravam em Guarulhos (e que, portanto, geravam maiores custos com Vale Transporte), e, em especial de Maria Clarisse da Silva, a Tia Clarisse, ou, simplesmente, “Meu Amô”, como ela carinhosamente chamava todos os alunos que passavam por ela na fila da carne. Tia Clarisse estava na EACH desde a sua fundação, em 2005, e passou por 5 empresas diferentes, mantendo ótimas relações com seus colegas de trabalho e com toda a comunidade acadêmica.

Como resposta, o Bandejão ficou vazio, porém, não foi devido a nenhuma ampliação do restaurante, e sim ao boicote dos estudantes, que nesta terça, 28 de agosto, se reuniram aos montes no corredor de entrada do bandex, mas não para fazer fila, como de costume, e sim para participar do PIQuete NIC. Essa ação, deliberada na Assembleia do dia anterior (segunda, 26/08) almejava ser um primeiro espaço, um espaço de conscientização e de discussão com o conjunto dos estudantes acerca dos numerosos problemas do nosso bandejão. Segundo as estimativas contratuais são servidos diariamente cerca de 1100 almoços e 700 jantares ante os 351 almoços e 375 jantares comercializados no dia de ontem. Ou seja, mais de 1000 estudantes aderiram ao boicote e cerca de 250 assinaram o abaixo assinado. O boicote atingiu seu objetivo e conseguiu realizar o debate com o conjunto dos estudantes.

1- Readmissão da Tia Clarisse e dos demais Demitidos! Por Mais funcionários no bandejão! Por uma clausula que estabeleça um número mínimo de funcionários no Restaurante Universitário! Volta Tia Clarisse!

2- Extensão do horário de venda de tickets no noturno!

3- Chega de exploração! Fim do Banco de Horas do Bandejão!

4 – Controle de Qualidade na alimentação servida!

5 – Chega de discriminação! Acesso dos demais terceirizados ao bandejão!

O DCE reitera que a terceirização do serviço público é inconstitucional, e que os problemas do bandejão só se resolverão de fato com a estatização do restaurante universitário com incorporação aos quadros da USP dos atuais terceirizados!

 

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