Segundo mandato para o Rodas? Estudantes dizem NÃO!

24 de junho de 2012, 18:56

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“…reparem que a escolha do Papa é mais transparente que a escolha para reitor da USP…” – Vladimir Safatle no debate pré-congressual “Estatuinte Já”

Você já votou para reitor? Sabe como ele é escolhido? Caso a resposta para ambas as
perguntas seja “não” isso é porque é um assunto de fato obscuro e merecedor de
esclarecimentos. A USP é uma universidade pública na qual foram investidos R$ 4bilhões só
em 2012, uma quantia nada modesta, e para um orçamento desse tamanho o mais razoável é
imaginar que o gestor de tudo isso seja no mínimo capacitado, e que tenha sido reconhecido
por toda a comunidade universitária para ocupar esse cargo.

Esse não é o caso de João Grandino Rodas. Na verdade não é o caso de nenhum reitor
da USP, reitores esses que não são avaliados por sua competência gestora ou acadêmica. Você
poderá dizer do Rodas: “Um grande professor, conhecido por aulas muito bem dadas…”? Ou
quem sabe: “Desenvolveu grandes pesquisas recentemente, um exemplo de pesquisador…”?
Soa estranho, né? Isso porque ele não foi nem um grande professor nem um acadêmico de
excelência (vide Lattes).

Não, a gestão de Rodas e sua vida foram marcados por uma atuação política e
governista – tanto no governo ditatorial quanto no tucano. É mais fácil (e verídico) você ter
ouvido “Ah, o reitor mais autoritário da história da USP, aplica processos administrativos e
eliminações a quem se opõe a ele…” “Colocou 400 policiais militares para uma reintegração
de posse…” ; “ Inocentou militares no caso de Zuzu Angel quando compôs a Comissão Especial
de Mortos e Desaparecidos Políticos” ; “Demite funcionários…corta vagas na EACH…compra
tapete de R$70mil…”.

Como assim esse cara é reitor? Isso acontece, pois a ampla maioria da universidade,
funcionários, estudantes e professores, não tem uma participação real em sua eleição, dando margem a mil maracutaias
antidemocráticas que vimos nesses últimos anos na universidade. E pior: para o dia 26 de
julho foi convocado um Conselho Universitário temático sobre Estrutura de Poder, destacados
os artigos 36 a 39, que regram sobre a reeleição e duração do mandato do reitor. Ou seja,
além de ter uma gestão antidemocrática, repudiada pelas três categorias da universidade, ele
quer passar por cima de tudo e de todos para poder continuar com seu projeto de poder e de
universidade.

Não podemos deixar isso acontecer! Vamos dizer a reitoria e ao governo tucano
que medidas autoritárias na Universidade de São Paulo NÃO PASSARÃO! Queremos eleições
diretas e paritárias para reitor! Queremos uma estatuinte já! Queremos democratizar a USP!
Também por isso fique aqui o lembrete e o convite para construir conjuntamente com o
Diretório Central dos Estudantes e os Centros Acadêmicos o XI Congresso de Estudantes da
USP, espaço no qual poderemos destacar a universidade que os estudantes querem, com o
modelo de eleições e estatuto que queremos, para que possamos dizer que estudamos na
universidade mais democrática do Brasil, fato que está bem longe de ser verdade hoje.

Contra o CO que ocorrerá nessa terça-feira, o DCE-Livre da USP esta convocando um ato em
frente a reitoria as 14h para mostrarmos a nossa posição contra o reitor e contra a estrutura
de poder da universidade. Preparando-nos para este dia teremos uma reunião aberta dia 25/6 às 18h
na sede do DCE. Compareça! Ajude a democratizar nossa universidade! Apenas com grande
unidade e mobilização dos estudantes vamos ter a universidade que queremos.

Raul Santiago Rosa – Estudante de Farmácia-Bioquímica, Representante Discente no
Conselho Universitário e Diretor do DCE-Livre da USP.

 

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