Estudantes respondem a autoritarismo da reitoria com assembleia de 3.000 pessoas e ato amanha. Participe!

09 de novembro de 2011, 20:01

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O dia de ontem, 08 de novembro de 2011, entrou para a história da Universidade de São Paulo. Não só pelo absurdo nível de truculência e indisposição ao diálogo a que chegou o Reitor da USP, João Grandino Rodas, mas também, pela resposta dos estudantes a este ataque: a realização de uma grande, ampla e democrática assembléia estudantil.

Na noite de ontem, a revolta e indignação dos estudantes deu lugar à necessidade de organização. Presenciamos a maior assembléia dos últimos anos, com participação de mais de 3.000 pessoas. Foi unânime o sentimento contrário a entrada de 400 homens da Policia Militar na universidade para resolver, de forma repressiva um conflito político entre os estudantes e a reitoria, ação que resultou na prisão de 73 estudantes.

O formato da assembléia e a participação ativa do plenário permitiu que os estudantes debatessem o essencial e encaminhassem os primeiros passos para ampliar o movimento e deixar claro para o reitor que medidas autoritárias e violentas como as tomadas nessa terça-feira não serão aceitas pela comunidade acadêmica.

A primeira votação polarizou a assembléia entre as propostas de greve imediata e indicativo de greve, porém a vitoria da primeira não dispersou os demais estudantes que permaneceram atentos aos encaminhamentos seguintes, mostrando o comprometimento e unidade dos milhares presentes na defesa da universidade pública e dos 73 estudantes presos.

A greve logo tomou forma com a aprovação dos seus eixos políticos que foram quase todos aclamados por unanimidade na assembléia, hoje os estudantes seguem construindo a luta pela:

  • Retirada de todos os processos movidos contra estudantes por motivos políticos!
  • Liberdade aos estudantes presos e nenhuma punição administrativa ou criminal!
  • Fora Rodas!
  • Fora PM! Pelo fim do convênio da USP com a Secretaria de Segurança Pública.
  • Por outro projeto de segurança na USP! Que a reitoria se responsabilize por:
    1. Plano de iluminação no campus;
    2. Política preventiva de segurança;
    3. Abertura do campus à população – possibilitando que a Universidade seja um espaço de aprendizado e convivência para a sociedade como um todo além de proporcionar maior circulação de pessoas;
    4. Abertura de concurso público para outra guarda universitária, que deve ser controlada pela comunidade Universitária. A nova guarda deve ter treinamento baseado nos direitos humanos, visando a prevenção dos problemas de segurança e efetivo feminino para a segurança da mulher;
    5. Mais circulares, com ampliação dos horários de funcionamento a noite e aos fins de semana. Os circulares devem chegar até o Metrô Butantã da linha amarela.

O DCE acredita que este período de greve deve ser, sobretudo, o momento de discussão entre os estudantes e a comunidade Universitária como um todo. O Reitor e o Governo do Estado cometeram um grande ataque à Universidade Pública, militarizando o Campus. Nossa resposta deverá ser à altura, não deixaremos de lutar pela autonômia da Universidade, temos o direito de pautar e resolver nossos problemas internos de forma coerente, consequente e democratica, estimulando a participação de todos e abrindo espaço para o debate. Este é o papel desta mobilização, em contraposição a esse projeto de Universidade sem espaço de diálogo, que pauta a terceirização combinada a precarização e repressão, iremos dialogar e mobilizar os mais diversos cursos. Para isso, convidamos a todas e todos a se incorporarem no calendário de atividades e paralisações em defesa da USP.

Amanhã, dia 10, quinta-feira, daremos um passo importante na mobilização com a construção de um grande ato no Largo São Francisco que tem o objetivo de dialogar com a sociedade. Um destaque do movimento que tomou a USP nas últimas semanas é a forma que a mídia divulga nossas pautas e ações, precisamos mostrar que somos capazes de construir um movimento coerente, para isso todas e todos possuem uma importância fundamental.

Amanhã, dia 10 quinta-feira, às 14 horas, ato no Largo São Francisco com presença de intelectuais e entidades. A Concentração será no prédio da História e Geografia ás 12 horas. Após o ato, às 18 horas faremos no local uma Assembleia Geral dos estudantes da USP para debatermos os próximos passos do movimento.

 

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