O Vai-e-Vem dos cursos da USP

08 de agosto de 2011, 00:21

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Recentemente, o Conselho Universitário aprovou a criação e reformulação de vários cursos na USP. A principal decisão foi a transferência do curso de Engenharia de Petróleo, da POLI, para Santos, e a criação das Engenharias de Produção, Física e Ambiental.
Todas as decisões foram tomadas sem que nenhum debate tivesse sido realizado com a comunidade universitária. Para transferir o curso de Petróleo para Santos, a reitoria alegou que o prazo para publicação do edital da FUVEST estava se esgotando. Então, perguntamos: porque um Conselho Universitário não foi chamado anteriormente? É importante lembrar que o projeto de criação de cursos da USP na Baixada Santista foi uma das principais propostas que nortearam a campanha eleitoral do atual governador do estado.

Mais uma vez, vemos na universidade uma conseqüência nefasta das diretrizes para reformulação de graduações, aprovadas ano passado. A reformulação cria uma imagem de preocupação com a expansão da Universidade, criando novos cursos, mas não se preocupa em responder à questões fundamentais para estes processos, como a garantia de políticas de permanência, moradia e alimentação dos estudantes.

O projeto de transferência do curso da Poli para a Baixada Santista foi apresentado em somente uma página, nada esclarecedora. Não foram apresentadas perspectivas de espaço físico necessário para o desenvolvimento do curso, nem se tem clareza de como funcionará o ciclo básico dos alunos de Engenharia de Petróleo em Santos, estando eles em Santos e todos os outros em São Paulo. Não há clareza sequer no que diz respeito à que professores serão responsáveis por ministrar aulas na Baixada Santista e como se dará esse processo; quanto a permanência estudantil e mesmo a questão dos funcionários deste novo campus, ouvimos um sonoro “depois se resolve”. Enfim, questões importantíssimas, que deveriam preceder processos como este, são deixadas para depois, mostrando a expansão irresponsável da Universidade.

Vale ressaltar que não nos posicionamos em nenhum momento contra a expansão da Universidade, o aumento de vagas e a criação de novos cursos. Pelo contrário, queremos sim que a USP tenha seu acesso democrático, que o número de cursos aumente e que a Universidade chegue a todos os cantos, mas o que não podemos aceitar é que essa expansão seja feita apenas de maneira propagandística, muitas vezes eleitoreira e irresponsável, servindo a interesses que não os da sociedade.

 

2 Responses to O Vai-e-Vem dos cursos da USP

  1. Google disse:

    Alem de questionarmos as claras deficiencias nas questoes estruturais e de permanencia, cabe tambem indagar sobre a referencia social das novas propostas de cursos na USP: servir às necessidades da populacao e dos trabalhadores ou atender aos interesses mercadologicos da classe dominadoras!?

  2. […] Leme” nº 06/2011 (Agosto/2011) 1- USP tem bancada histórica no 52º Congresso da UNE 2- O Vai-e-Vem dos cursos da USP 3- Em defesa do meio ambiente! Contra as alterações do código florestal e a usina de belo […]

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