Nota sobre a Assembleia Geral de Estudantes da USP
17 de abril de 2011, 15:08
Há uma semana, no dia 07 de abril, um grande número de estudantes lotou o Auditório Azul da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP e exigiu que a Comissão de Graduação (CG) que ali acontecia fosse aberta a toda comunidade universitária. A conquista de uma CG aberta levou a uma grande vitória do movimento estudantil: a garantia de que em 2012 não haverá corte de vagas ou extinção de cursos na EACH.
Para o DCE-Livre da USP, a luta d@s estudantes da EACH foi e é um grande exemplo para toda a USP. O movimento estudantil, quando construído por muitas mãos, pode ser efetivamente transformador e defender a qualidade da universidade. Por esse motivo, a Assembleia Geral de Estudantes da USP, no dia 14/04, pela primeira vez na história foi realizada na EACH.
A assembleia contou com cerca de 200 estudantes. Em seu início, foram dados informes sobre as assembleias de cursos e campi que a precederam. Em seguida, @s estudantes debateram politicamente a atual situação da USP e os desmandos da reitoria. No momento das deliberações, contudo, um número restrito de pessoas impediu que os encaminhamentos prosseguissem, gritando e agredindo verbalmente o plenário inclusive com manifestações de cunho machista. Ao inviabilizar a realização da assembleia, contribuíram para o enfraquecimento do movimento estudantil, o que somente interessa à reitoria e à burocracia universitária.
Em 2011, a mobilização estudantil será fundamental para fazer frente às medidas que vêm sendo anunciadas pelo reitor João Grandino Rodas. Isso somente será possível com a ampla participação de estudantes nos fóruns do movimento e na construção de um movimento estudantil verdadeiramente democrático. Só será possível impedir a proliferação de práticas antidemocráticas em nossos fóruns se o conjunto de estudantes participar ativamente de seus espaços, fazendo com que estes sejam contrários aos caprichos e imposições de poucos. O autoritarismo e a aversão ao diálogo são práticas da reitoria e devem permanecer distantes do movimento estudantil. Não permitiremos que elas se repitam em nossos espaços.
Nas próximas semanas, o DCE-Livre da USP continuará empenhado na construção do movimento estudantil e da mobilização d@s estudantes. Consideramos legítimas as assembleias realizadas nos cursos e campi da USP, bem como o Congresso de Estudantes da USP, construído por mais de 5000 pessoas em 2010.
No dia 27/04, construiremos a paralisação das aulas na EACH em busca de derrotar definitivamente o “Relatório Melfi”. No Dia 28/04, construiremos uma forte paralisação dos estudantes do Butantã para realizar um ato em frente ao Conselho de Graduação (COG) da USP. Continuaremos apoiando a luta d@s funcionári@s terceirizad@s pelo recebimento de seus direitos. Todos os dias, lutaremos pela construção de um movimento estudantil amplo e democrático, averso a qualquer tipo de autoritarismo, e que defenda a universidade frente às medidas que vêm sendo tomadas pela reitoria. Um movimento estudantil construído por Todas as Vozes!
Porque não se esclareceu o motivo do entrave?
O DCE sabe muito bem que contribuiu para o clima de animosidade na assembléia, chegando até a propor uma proibição da declaração de abstenção, um posicionamento que só polariza o debate e deixa os estudantes com uma terceira opinião sem possibilidade de participação.
Desnecessária essa nota, só contribui para nos jogar uns contra os outros, num infinito empurra-empurra de “culpa” pelo que acontece, sem enxergar que a união entre os movimentos é o caminho.